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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Serial Killers: Quem São?

Serial killer, de acordo com a wikipedia é "um tipo de criminoso de perfil psicopatológico que comete crimes com uma certa frequência, geralmente seguindo um modus operandi e às vezes deixando sua 'assinatura'."

De acordo com o Instituto Nacional de Justiça, em 1988, "os crimes podem ocorrer durante um período de tempo que varia desde horas até anos. Quase sempre o motivo é psicológico, e o comportamento do infrator e a evidência física observada nas cenas dos crimes refletiram nuanças sádicas e sexuais".

Ilana Cassoy responde em seu livro, Serial Killers: Louco ou Cruel?, a verdadeira natureza de um assassino em série e desvenda alguns mitos. Achamos interessante compartilhar alguns ensinamentos com vocês a nível de curiosidade. Como ela mesma se pergunta, "O que leva uma pessoa a praticar atos tão extremos como assassinatos em série? A questão é genética, psíquica ou psicológica?". Essas questões levaram-na a pesquisar e escrever as respostas encontradas, buscando entender onde nasce a violência.

O livro aborda os serial killers sob diversos aspectos e à luz da Criminologia, do Direito, da Psiquiatria e da Psicologia, e dedica-se a dissecar este universo, analisando como tudo começa, quem são as vítimas, os aspectos gerais e psicológicos, os mitos e as crenças, o perfil criminoso, a psicologia investigativa, a análise do local do crime e a encenação/organização da cena. Mas, sem mais delongas, vamos ao que interessa:

Quem é um serial killer? Como tudo começa...

"A maldade é a vingança do homem contra a sociedade pelas restrições que ela impõe. [...]
É o resultado do conflito entre nossos instintos e nossa cultura."
- Sigmund Freud

Aceitamos como definição que serial killers são indivíduos que cometem uma série de homicídios durante algum período de tempo, como pelo menos alguns dias de intervalo entre esses homicídios. O intervalo entre um crime e outro os diferencia dos assassinos de massa, indivíduos que matam várias pessoas em questão de horas.

O motivo do crime ou, mais exatamente, a falta dele é muito importante para a definição de um assassino como serial. As vítimas parecem ser escolhidas ao acaso e mortas sem nenhuma razão aparente. Raramente o serial killer conhece suas vítimas. Ela apresenta, na maioria dos casos, um símbolo. Na verdade, ele não procura uma gratificação no crime, apenas exercita seu poder e controle sobre outra pessoa, no caso a vítima.


Os serial killers são dividos em quatro tipos:
  • Visionário - é um indivíduo completamente insano, psicótico. Ouve vozes dentro de sua cabeça e lhes obedece. Pode também sofrer de alucinações ou ter visões;
  • Missionário - socialmente não demonstra ser um psicótico, mas em seu interior tem a necessidade de "livrar" o mundo do que julga imoral ou indigno. Escolhe certo tipo de grupo para matar, como prostitutas, homossexuais, mulheres ou crianças;
  • Emotivo - mata por pura diversão. Dos quatro tipos estabelecidos, é o que realmente tem prazer em matar e utiliza requintes sádicos e cruéis, obtendo prazer no próprio processo de planejamento do crime;
  • Sádico - é o assassino sexual. Mata por desejo. Seu prazer será diretamente proporcional ao sofrimento da vítima sob tortura. A ação de torturar, mutilar e matar lhe traz prazer sexual. Canibais e necrófilos fazem parte deste grupo.

Serial killers também são divididos nas categorias "organizados" e "desorganizados", geograficamente estáveis ou não.

O denominador em comum entre todos os tipos é o sadismo, uma desordem crônica e progressiva. Segundo o dr. Joel Norris, PhD em Psicologia e escritor, existem seis fases do ciclo do serial killer:

  • Fase áurea - quando o assassino começa a perder a compreensão da realidade;
  • Fase da pesca - quando o assassino procura sua vítima ideal;
  • Fase galanteadora - quando o assassino seduz ou engana sua vítima;
  • Fase da captura - quando a vítima cai na armadilha;
  • Fase do assassinato ou totem - auge da emoção para o assassino;
  • Fase da depressão - ocorre após o assassinato.

Quando o assassino entre em depressão, engatilha novamente o início do processo, voltando à Fase Áurea.

Quem é a vítima?


As vítimas são escolhidas ao acaso ou por algum esteriótipo que tenha significado simbólico para ele. Diferentemente de outros homicídios, a ação da vítima não precipita a ação do assassino. Ele é sádico por natureza e procura prazeres perversos ao torturar suas presas, chegando até a "ressuscitá-las" para "brincar" um pouco mais. Tem necessidade de dominar, controlar e possuir a pessoa. Quando a vítima morre, o assassino é novamente abandonado à sua misteriosa fúria e ódio por si mesmo. Esse círculo vicioso continua em andamento, até que sejam capturados ou mortos.

Com raras exceções, o serial killer enxerga suas vítimas como objetos. Para humilhá-las ao máximo, torturá-las fisicamente e matá-las, ele não pode enxergá-las como pessoas iguais a si mesmo e correr o risco de destruir sua fantasia. Sente-se bem ao saber que as fez se sentirem mal.

Esta é a essência do pensamento do serial killer: as vítimas não são suas parceiras na realização da fantasia, mas seu objeto de fantasia. Ele tira da vítima o que quer e quando termina livra-se dela. Pode jogá-la no acostamento, arrumá-la em um gramado ou fazê-la em pedaços e espalhá-los em uma mata.

Existem pesquisas que revelam que o prazer sexual do criminoso tem correlação direta com a resistência da vítima, e esta aumenta o tempo da duração do crime, que varia entre 36 e 94 minutos.

Tende a escolher vítimas mais fracas fisicamente do que ele, o que facilita seu domínio. De forma geral, as vítimas também pertencem a grupos menos beneficiados, como prostitutas, sem-teto ou caronistas, pois a demora em constar seu desaparecimento facilita o trabalho do serial killer.

Conclui-se, então, que não existe um tipo físico preferido de vítima: a ação do serial killer não depende da atitude da vítima e o motivo do assassinato, em geral, só faz sentido para ele mesmo. Portanto, a melhor prevenção para não se tornar uma vítima é... rezar!

Aspectos gerais e psicológicos


Existem vários aspectos psicológicos que os serial killers têm em comum, no que diz respeito tanto à sua ação quanto ao seu passado.

Na infância, nenhum aspecto isolado define a criança como um serial killer potencial, mas a chamada "terrível tríade" parece estar presente no histórico de todos os serial killers; enurese (incontinência urinária sem conhecimento, micção involuntária, inconsciente) em idade avançada, abuso sádico de animais ou outras crianças, destruição de propriedade e piromania (distúrbio mental no qual o indivíduo produz incêndios por prazer).

Outras características em comum na infância desses indivíduos são: devaneios diurnos, masturbação compulsiva, isolamento social, mentiras crônicas, rebeldia, pesadelos constantes, roubos, baixa autoestima, acessos de raiva exagerados, problemas relativos ao sono, fobias, fugas, propensão a acidentes, dores de cabeça constantes, possessividade destrutiva, problemas alimentares, convulsões e automutilações relatadas pelos próprios serial killers em entrevistas com especialistas.

Apesar de não fazer parte da "terrível tríade", o isolamento familiar e/ou social é relatado pela grande maioria deles. Quando uma criança é isolada ou deixada sozinha por longos períodos de tempo e com certa frequência, a fantasia e os devaneios passam a ocupar o vazio da solidão. A masturbação compulsiva é consequência altamente previsível.

Para as pessoas normais, a fantasia pode ser usada como fuga ou entretenimento. É temporária e existe a compreensão por parte do indivíduo de que é irreal. Para os serial killers, a fantasia é compulsiva e complexa. Acaba se transformando no centro de seu comportamento, em vez de ser uma distração mental. O crime é a própria fantasia do criminoso, planejada e executada por ele na vida real. A vítima é apenas o elemento que reforça a fantasia.

Como a escalada da fantasia exige um constante reforço e, para tanto, uma sucessão de vítimas, a fantasia acaba se tornando o motivo do crime e estabelece a "assinatura" do criminoso.

O comportamento fantástico do serial killer serve a muitos objetivos; aplaca sua necessidade de controle; dissocia a vítima, tornando os acontecimentos mais reais; dá suporte à sua "personalidade para fins sociais"; e é combustível para futuras fantasias.

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